O Cachorro e a Rua

A noite é fria ,
a rua quase vazia
Aquele cachorro ,
na esquina
Se encolhendo de frio...
O vento é minuano
Aquele homem passa,
todas as noites,
Para o boteco para beber,
lanchar e com os amigos,
conversar e rir.
E aquele cachorro ,
sempre no mesmo lugar,
na mesma hora ,
no mesmo frio...
Uma noite,
o homem,
a presença do cachorro,
percebeu
Tinha bebido,
e o resto do lanche
para o cachorro, ele deu
E também, um afago e um oi.
Noutra noite ao passar...
o cachorro o seguiu,
ao boteco ou bar
Mesmo indiferente ,
um resto do lanche,
ao cachorro ele deu e ,
novamente ,
um afago e um oi...






Assim, foi o cachorro ,
todas as noites a esperar
o resto de um lanchinho ,
um afago e um oi;
Daquele homem ,
quando terminava de conversar
Sobrava um resto de lanche ,
e um afago para dar...
Uma noite ,chovia muito e ,
muito frio era...
O cachorro viu o homem ,
no boteco, a conversar
Abanando o rabo molhado,
adentrou-se ao bar
E foi para um afago
e um oi esperar...
Ah, pobre cachorro sonhador!!!!!
Espectativas de amor
que lhe trariam dor!
De quém é este vira-lata?
Não conheço,não é meu!!!
__ disse o homem _ao dono do boteco
E ,com desprezo ,
olhou para o cachorro,
que vivia das migalhas ,
e dos afagos,
e dos sorrisos e de ois
naquela calçada fria,
daquela rua ...
todas as noites.
E completou :
__Veja, é um vira-lata vagabundo
tem é que matar...
para não nos incomodar
O cachorro sentiu
a tal indiferença
e de cabeça baixa ,
dalí saiu sem o que mais queria:
um resto daquele lanchinho
, um afago de carinho ,
um oi daquele homem
que estava num local
bem quentinho,
a rir e conversar.
E saiu ,
o cachorro , para a chuva ,
para o frio...
E dormiu ,
bem alí ,
no lado da porta do boteco,
ou bar da esquina bem perto,
para ver o homem voltar..
. pra quem sabe,
uma atenção receber...
Amanheceu ,
---- nunca mais,
aquele cachorro ,
vai acordar...
Continua o vento minuano
e a chuva fria de inverno...



















By Adeley

07/04/07.

18:41.
1103y.
RS.BR