Fogo -de-chão,chaleira na trempe chiando;
Na mão a cuia e o chimarrão de mão em mão,
De boca em boca , o amargo ,vão sorvendo
Até roncar ,e pra outra mão, tudo começar..
Só na vida não se decide ,sonhos realizar...
E tudo vai branqueando,cerração campeira!
A vida passa ligeira ,como garoa nas coxilhas
Vem, se deitando nos campos,sem marcas deixar.
No banco baixo de pinho ,trocam versos e prosa;
Dos tempos das envernadas,
Potros perdidos nas canhadas;
Amores idos,saudades deixadas, num coração teimoso.
O galo canta mais uma vez ...é o fim da madrugada.
A luz avermelhada da matina ,clareia a névoa,a geada.
E vapores ,da grama branca gelada,sobem ao nada.
De ceroulas compridas,saem , da cama num lençol,
Pra ver pela fresta da janela ,o branco na charqueada.
Alpargatas,tamancos é o som comum na cozinha,
Enquanto sorvem o chimarrão; puxa o palheiro,
E esfrega o fumo nas mãos, e na palha enrolando
Lambe a beirada ;gruda ,acende e vai fumando...
No ar aquele cheiro,fumaca,palheiro ,terra e chimarrão!
La fora ,cheiro de cavalo suado ,e estrumes da cocheira.
E do quarto o perfume da chinoca com olhar cheio de paixão!
Que vem e aconchega de mancinho no colo do seu patrão.
Tudo canta,o gado da cocheira ao pasto na coxilha vai.
No pingo, peões assobiam e no ar os laços rodeiam,
Como um bailar, numa dança campeira...um vaneirão.
Laça o terneiro ,pula do pingo e o domina no chão.
Laçar terneiros ,para os desmames das envernadas.
Tem que ser guapo,tem que ter canha,ser macho...
Ser gaúcho, é ser matreiro meio irracional,meio animal.
Pra saber ter cancha na lida ,não pode ter medo de nada.
Aí está a beleza nas pilchas das prendas,no gaúcho
De bombacha,botas,esporas,guaiaca ,,xiripá,cinto de pano,
Pala nos ombros,lenço vermelho,chapéu e camisa de algodão.
Um revólver ,pra dar tiro pro céu ,pra dizer que é macho!
Ah! Ilusão de machesa que brutos se mostram ser!
Ah! Ilusão de beleza mas no caráter se pode ver;
Sem enfeites artificiais,sem arrogâncias e maus costumes...
Que hoje, em um homem não se encontra mais...
Cavalgando os campos de ponchos escuros,
Que veste o gaúcho e o pingo nas chuvaradas,
Das noites frias , nos campos,nas invernadas,
Parecem tão irreais ... num BR tão desigual.
Surge o sol,lá vai a peonada trotando ligeirito
E lá dentro em volta do fogo -de-chão,a trempe,
Segura a chaleira de ferro, fervente ,pro chimarrão.
De mão em mão,de boca em boca se encontram.
Num beijo indireto se entregando e sorvem sabores
Entre risos e casos de amores ,da vida campeira.
Amanhece ,com o abraço do sol ,a sombrear a porteira.
Que se range ao abrir , para ti ,aqui aprochegares
A um coração que te esperou a vida inteira....
***By **Adelei****010923320044......RS/BR.
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