Tuesday, August 29, 2006

O SONHO DE ADELEI

Sopra um vento frio e seco
Neblina enche o ar.
As árvores balançam os galhos
Velhos corvos a grasnar.
Noite negra,carregada
Raios no céu brilhar.

Na ponte, sobre o rio calmo
Uma imagem,uma figura,
uma soleníssima gravura
Um homem,em terno negro,
De chapéu aveludado,
Na ponte,de pé,parado.

Pisando nas folhas mortas,
A uma distância do rio...
Perguntei-me quem seria,
O sinistro ser de preto,
Na ponte a tremer de frio?
Então , com medo,chamo o homem e pergunto:
Qual teu nome ,ó nobre ateu?
Seria , o mesmo que o meu?
De onde vens,ó meu amigo?
Olha pra mim,fala comigo;
Diz-me, o que aconteceu contigo?

Faltou-me sorte,ó alma minha.
Onde andará minha estrelinha?
Já não me guia, para o norte,
Para as sendas seguras da morte

No vale distante que trás
O descanso dos que querem paz.
Quantos anos tens?
_Por que pergunta?...O que importa?
Se na vida ,o tempo não passa;
Se no tempo, a verdade não encontras;
Se na verdade ,o caminho não percorres;
Se no fundo, tu não me pertences?

Então,na neblina,na noite negra ,no vento frio,o frio...
Brilha o metal,na mão do ser vazio;
Corta o silêncio, o som que preenche o ar.
Calam-se os corvos,na noite negra a grasnar,
Cai o homem, da ponte ,fechama -se as cortinas da noite.
Finda o vazio da vida.
Canta o clamor da morte.


Para Adelei_Poema O Sonho de Adelei.
By Glauco Garcez . Agosto,2006.às 01:30 AM

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