Sunday, August 27, 2006

POEMA SOBRE HOMENS E FELINOS

Foi uma vez ,eu descansava
Sentado na poltrona ,olhando pra janela
Uma figura de olhos azuis ,ali sentada
Olhava a rua,e pensei:
O que sente ela?


O gato da janela olhando para baixo,
Aquecido pelo sol pálido de inverno,
Não se importa com o errado,ou com certo;
Nem com as nuvens que aumentam
Ao lado norte.

O gato não consulta cartomante.
O gato sempre sabe que não há sorte;
Porque o gato ,sempre faz o seu caminho
E já nasceu ,sabendo andar sozinho
È que, por isso não há mal que o carregue.


O gato da janela não conhece a tristeza.
Porque o gato não finge sentimentos,
Ele não é homem ,nem que seja em um momento.
Então não vive
A mentir o que não sente.


Da janela o gato vê o horizonte.
No alto da igreja o sino tão distante,
O céu alaranjado da tarde que já morre,
O voo cego da ave tão errante.

O vento sujo que sopra , lá no norte
pensa o gato que um dia vem a morte?
Crê o gato,que importa haver um Deus?
Importa um dia o gato ser julgado,
Por um ser que como ele não viveu?

Ri o gato dessas coisas,o gato forte
Na janela o gato não teme a morte .
Vira e me olha, e pergunta como eu
Posso,sendo grande,sendo forte,
Diante do gato da janela ao lado norte
Ser tão fraco,tão pequeno,tão plebeu.

Na poltrona,na cabeça a almofada
No horizonte o sol que morre ao fim do dia;
Na janela ,o gato forte, alí deitado...
Na cidade a vida corre tão vazia,
O sino toca, na igreja,nasce a noite.
Da janela desce o gato que dormia...

By Glauco Garcez Agosto-2006(noite) para **Adelei***

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