Friday, November 03, 2006

MÃOS QUE SEGURAM A VIDA



A rua escura,o vento,
O céu cinzento,nuvens negras,
A menina anda na calçada,
A procurar no nada,
A mão que a dela ,
na tempestade soltou.

O vento forte,as mortas folhas sopra,
Que rolam, nas marquizes a voar
Com o vento ,a areia branca,
Na menina a chicotear.

A rua é longa e lá se vão.
As mão que dela se soltou.
Corre aflita,não alcança mais.
E o escuro da tarde a pegou,
Como a morte ,que tudo vai levar.

Corre a menina,
braços estendidos a chamar;
Como se o amor pudesse pegar,
Assim...com as mãos no ar.
O grito da busca se perde,
No vento, a zunir nos fios,
Mais pareciam assobiar;
Ao ruído de passos a correr
Em busca do abraço ,
e daquelas mãos para se firmar.

Mas os vultos foram distanciando,
Nem ouviam a menina chorando,
Foram , sem para trás olhar...
Como quem se esquece de amar
E deixa tudo se ir ,sem se importar.

È escuro e frio
A menina fica ,
na beira daquele rio,
Vendo o barco partindo.
Gritos sem som para ser ouvido
Braços estendidos ao vazio
Ninguém a escuta mais
Nem sequer olham para trás,
Não se dão o tempo de perceber;
Que tem sempre uma mão para se buscar.

De joelho , na areia molhada, do rio
Tão verde , a marulhar
Segura a areia ,a menina,
para a dor da partida passar;
por ter sido esquecida.

Suas lágrimas se mituram , no vento
Caem na areia, da beira do rio.
Mas ,em vão,ninguém vai escutar.
O amor se foi,abraços também.
Ternura ,carinho ,resta no chão,
As lágrimas caídas...
Separação..
Dor sem igual,sentimento
humano,de perda...
nosso final.

De busca ,aflição.
A menina luta para buscar
Se joga ao rio,
nem sabe nadar...
Precisa alcançar o barco que partiu.

Quem finalmente a abraça , é o rio
A segurar seu corpo frágil;
A boiar, ao amanhecer
Agora , o abraço , as mãos conseguiu
Até um afago,um olhar
E a menina ,mesmo morta,até sorriu
Na lágrima de quem a encontrou...
Tarde demais para as mãos se dar.



By ****Adelei****041106014300chasRS>BR>






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