QUANDO

Quando eu morrer, não quero muita coisa,
Porque ...morrí.Não me dê o que não queria.
Mas quero ,um caixão forrado de veludo preto;
Por fora ,vermelho,dentro uma almofada cheia de poesia picada.
Também o corpo sem mortalha, sem vestimenta.
Porque foi assim que vim ao mundo;assim vou,
E deitada de lado,abraçada bem juntinho...
Ao meu corpo ,o meu travesseirinho preto.
Não quero flores;deixai-as viver no jardim.
Não quero velas,pode pingar cera quente em mim.
Mas quero meu corpo nu,coberto de confetes;
Padaços de papel colorido picado,com pedaços dos diplomas rasgados;
E muita serpentina nos lados.
Alguns balões e bandeirolas também.
A final e a última festa,último encontro...
Que a vida dá a cada a um ,com certeza.
A vida é o que vale viver em sentimentos;
Pois ,tudo o que não se viveu, com a morte finda;
Para que ninguém se esqueça, que continua a vida.
Esqueçam velas ,coroas,beijos,despedidas,
Tudo só tem valor ,quando se tem a vida.
Porque me olhar e lágrimas derramar?
Nem abraços ,nem beijos e carinhos adianta dar.
Nada de velório..apenas uma canção;
Que fale de alegria, de amor e de paixão...
Nem lembre o que fui, o que fiz ou deixei de fazer.
Diga apenas ,que muito amei,me dei com devoção.
Que esquecí de mim(nada demais)e foi tudo em vão.
A morte é como dormir um sono de verdade.
Por isto, nem fale que eu morri ,por aí.
Apenas diga:Que passei, como uma andorinha;
Que não pode voar e voltar ,num voo no verão...
Nada de epitáfio...enterre em um lugar qualquer.
E sobre a terra,plante um ipê roxo para florir.
E sombra dar e morada para pássaros cantar.
E cante para mim aquela última canção...
E também , mais tarde,ao som de uma rapsódia..
Eu possa ,sempre... voltar numa saudade.
Mas...se por acaso,ocorrer uma complicação.
Faça de meu corpo uma doação ou cremação.
E solte minhas cinzas para o mar levar.
Assim ,nas espumas ,beijarei teus pés
Quando à beira mar,caminhando, tu passar.
Quando...


By ***Adelei***15090617370000 chaz